A calça jeans surgiu em 1853, durante a corrida do ouro, na cidade de São Francisco, Califórnia. O mascate judeu Claude Levi-Strauss, imigrante da Bavária, pediu a um amigo alfaiate para cortar um modelo de calças com as sobras de uma lona, usada na construção de tendas e cobertura de carroças. Era um pedido dos mineiros locais, que procuravam por roupas que resistissem ao trabalho de mineração. Esse tecido era fabricado em Gênova, Itália – ou Genoa (djínoa em inglês, que derivou para jeans) e era bege, como as lonas dos encerados antigos. As calças eram bem duras e difíceis de costurar.
Mais tarde, Levi-Strauss usou outro tecido, também resistente porém mais macio, a sarja, que era produzida na cidade de Nimes, França e tingida na cor azul. O corante era extraído da raiz da planta indiana indigus. Assim, a sarja de Nîmes (pronuncia-se de-Nim) ficou conhecida até hoje como denim índigo blue.
Outro alfaiate, Jacob Davis, também judeu, teve a ideia de colocar reforços nos bolsos dessas calças, que se rompiam com o peso das amostras de minério que carregavam. Ele aplicou os rebites de cobre que usava para fabricar correias de cavalos, porque além de roupas ele produzia também barracas e acessórios de montaria. Com essa ideia genial, Levi-Strauss propôs sociedade e junto com o sr. Davis abriu uma fábrica em São Francisco que produzia, além do clássico jeans Levi’s 501, macacões, jaquetas e outras peças. Até 1873 a dupla havia produzido mais de 70 mil dúzias de calças (ao preço de 13,50 dólares a dúzia), já com as costuras duplas e os bolsos desenhados com pespontos, significando as Montanhas Rochosas americanas.
FONTES:
DUARTE, Marcelo, O Livro das Invenções, Cia. das Letras, 1997
“Do Algodão ao Jeans”, Jornal Confecções, editora Sertec, set/2000